sexta-feira, 6 de outubro de 2017

SER PROFISSIONAL DE SECRETARIADO: AS DIFERENÇAS ENTRE PAÍSES DESENVOLVIDOS E EM DESENVOLVIMENTO




"Ser culto é pertencer a todos os tempos e lugares, sem deixar de pertencer a seu tempo e lugar" 
Otávio Paz

A globalização responsável por acontecimentos bons e ruins, nos últimos anos, intensificou os contatos internacionais das diversas organizações da profissão em todo mundo.

Assim é que discutimos há anos, discriminação atribuições, qualificação profissional, oportunidades no mercado de trabalho, mudança da imagem e a evolução da profissão, sempre tendo o cuidado de relacionar tais dados com os demais países.

A discriminação é semelhante em todos os países - ressalvando-se as diferenças culturais - por estar mais ligada à mulher do que à profissional.

As atribuições estão mais claramente definidas em termos de assessoria e gerenciamento, o que já existe há muitos anos em empresas de pequeno e médio porte, nas quais atuam número reduzido de Executivos.

Em termos de qualificação profissional as iniciativas são inúmeras: cursos de aperfeiçoamento profissional, expansão de cursos universitários, reformulação dos cursos profissionalizantes, criação de centros de desenvolvimento profissional, só para citar alguns exemplos.

A imagem da profissão também mudou. Hoje o profissional de secretariado é respeitado e cada vez mais a sociedade compreende melhor essa profissão, embora vez ou outra e ainda hoje alguns autores de novelas ou piadistas insistam nos velhos modelos.

No que diz respeito às oportunidades e desenvolvimento da profissão os dados são positivos, mesmo se considerarmos o desemprego e o forte achatamento salarial dos últimos anos. Vale ressaltar que o profissional de secretariado hoje é aquele que domina pelo menos mais um idioma, além de informática.

A tranquilidade em apresentar dados tão positivos não é uma atitude isolada. Um dado concreto pode ser mencionado: em todo o mundo o nome da profissão foi discutido.

Resultado da evolução da profissão o nome secretária (o), em muitos países, não atende mais a descrição das atribuições e as responsabilidades que esse profissional assumiu nos últimos anos. Tanto que esse assunto foi discutido nos Estados Unidos, Europa.

Com algumas variações o resultado final dessa discussão é incluir o nome Assistente e suas variações: Administrativo, Técnico, Financeiro etc. para completar o escopo de atribuições e facilitar a vida das empresas.

No Brasil, como é hábito, a nomenclatura diversificada - isto é os diversos apelidos que a profissão recebeu no mercado de trabalho - existe há anos.

Precisamente na época em que a profissão foi regulamentada, as empresas foram utilizando toda sua criatividade para alterar os cargos e fugir da lei de regulamentação. Tanto que chegamos a superar 500 cargos diferentes para o exercício da profissão, apenas para justificar que o profissional não era secretário.

Vale lembrar que isto significava e significa, por exemplo, que um médico não precisa mais cursar medicina para clinicar, mas precisa exercer suas atribuições de médico, atender, diagnosticar, operar, medicar etc.

Por caminhos tortuosos, como é normal no Brasil, chegamos ao final de uma batalha que dura anos: fazer com que as empresas finalmente compreendam, quando negociamos, quem é profissional de secretariado.

Em linhas gerais o profissional de secretariado é aquele que desempenha as atribuições constantes de sua lei de regulamentação associadas às demais atribuições que dependem da empresa onde atua, levando-se em conta porte, ramo de atividade etc.

É claro que mais de 500 nomes diferentes é um exagero. Talvez típico dos brasileiros. Mas Assistentes, Auxiliares e Assessores diversos são na verdade profissionais de secretariado, como está provado agora no mundo todo.

Essa não é uma questão de representatividade, não é uma questão de interferência em outros sindicatos, ou mesmo na empresa, mas uma realidade mundial.

Nossa profissão cresceu, evoluiu e da mesma forma que há engenheiros ocupando cargos de gerência, Administradores como Gerentes de Recursos Humanos, há profissionais de secretariado que possuem vínculo empregatício como Assistente, Auxiliar ou mesmo Assessor.

O fato é que a profissão se solidificou e fortaleceu, por estar centrada na informação, no trato com pessoas e sua versatilidade permite estar presente em todos os segmentos, sejam eles econômicos ou políticos, o que em tempos de desemprego ajuda muito em qualquer país.

Segundo as associações internacionais era necessária uma alteração para abranger todo o crescimento da profissão e refletir a expansão das responsabilidades. Na Europa e nos Estados Unidos esse assunto já foi resolvido. 

Temos pois um novo e longo caminho a percorrer, pois enquanto os países do primeiro mundo decidiram pela alteração do nome, fundamentados na evolução da profissão e do mercado de trabalho, no Brasil as empresas decidiram trocar o nome dos profissionais de secretariado, para fugir da regulamentação profissional.

Como entidade de classe política, apartidária, centradas no diálogo e na busca de soluções, vamos percorrer esse caminho com a certeza e a tranquilidade que nossa profissão realmente é uma das que mais crescem no mundo.

Portanto e em homenagem ao secretariado, assessores, assistentes, auxiliares e ao crescente ingresso de homens na profissão - no mundo todo - uma saudação especial: profissional de secretariado. Parabéns por este dia 30 e por todos os outros também.


Leida Maria Mordenti Borba Leite de Moraes 
· 1ª. Presidente do Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo.
· 1ª. Presidente da Federação Nacional das Secretárias e Secretários.
· Foi Presidente do Capítulo Brazil do IAAP-International Association of Administrative Professional.
· Comendadora da Ordem do Mérito Alvarista – Fundação Álvares Penteado – pelos bons serviços prestados à Educação no País.
· Conferencista nacional e internacional.


http://www.sinsesp.com.br/pt/artigos-v15-20/glob/178-ser-secretaria-as-diferencas-entre-paises-desenvolvidos-e-em-desenvolvimento